29/11/2011

Alunas do PET Conexões de Saberes: Saneamento Ambiental participaram do XI Congresso Ibero-Americano de Extensão Universitária

As alunas Glaúcia Suerda Gomes do Nascimento e Naedja Mayara de Souza Ferraz (Fotos), ambas do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental/UNIVASF, bolsistas do PET Conexões de Saberes: Saneamento Ambiental, apesentaram o trabalho “Diagnóstico Ambiental: Atividade do Programa de Educação Tutorial” no XI Congresso Ibero-Americano de Extensão Universitária, em Santa Fé na Argentina, entre os dias 22 e 25 de novembro de 2011.  



  Glaúcia Suerda Gomes do Nascimento e Naedja Mayara de Souza Ferraz







16/11/2011

Brasileiros ainda adoecem por falta de saneamento básico

Estudo realizado pelo IBGE mostra grandes desigualdades entre as regiões brasileiras no acesso ao saneamento. Nessa situação, persistem doenças como diarreia e febre amarela, decorrentes da falta de serviços de água tratada e esgoto.


Por Raquel Júnia - Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz)

Imagine se na sua casa não chegasse água encanada. Agora, imagine que o esgoto da sua rua corresse a céu aberto; ou que todo o seu esgoto doméstico e o de seus vizinhos fosse jogado no córrego mais próximo. Se você é morador de uma das 33 cidades brasileiras que não contam com abastecimento de água, ou de uma das mais de duas mil onde não há uma rede coletora de esgoto, sabe que esse cenário vai além da imaginação. De acordo com o Atlas do Saneamento 2011, divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há uma grande desigualdade entre as regiões do Brasil no quesito saneamento. A partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB 2008), o Atlas mostra, por exemplo, que na região norte do país, apenas 3,5% dos municípios contam com esgotamento sanitário.
De acordo com o estudo, de 2000 a 2008 as condições de saneamento melhoraram levando-se em conta todo o território nacional, apesar disso, menos da metade dos domicílios brasileiros (45,7%) tem acesso à rede de esgoto. "Se a universalização da rede de abastecimento de água, coleta de esgoto e de manejo de resíduos sólidos constitui parâmetro mundial de qualidade de vida já alcançado em grande parte dos países mais ricos, no Brasil a desigualdade verificada no acesso da população a esses serviços ainda constitui o grande desafio posto ao Estado e à sociedade em geral nos dias atuais", considera o IBGE, na apresentação do Atlas.
De acordo com o Atlas, o saneamento, e mais especificamente o serviço de esgotamento sanitário, avançou mais onde a população mais cresceu, sobretudo nos grandes centros urbanos. Ainda assim, caso você seja morador de uma grande capital, mesmo do sudeste - a região que, segundo o Atlas, é a melhor desenvolvida em termos de saneamento -, pode ser que a poucos quilômetros de sua casa, você encontre situações visíveis de problemas nos serviços de esgoto. A menos de um quilômetro de onde esta reportagem está sendo escrita, no Rio de Janeiro, é possível ver esgoto sendo escoado em um canal de água, um grave problema, conforme alerta o relatório, sem contar o uso que essa população faz da própria água contaminada.
O tamanho do desafio
Contaminação das águas e do solo, adoecimento da população, deslizamentos e inundações: de acordo com o Atlas, todas essas são consequências da falta de políticas efetivas de saneamento básico. Mas para entendermos o tamanho do desafio que o Brasil tem nessa área, é preciso entender o que é saneamento. A professora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Simone Cynamon, define: "As pessoas confundem o saneamento com os elementos que o compõem, como abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo, drenagem pluvial. Tudo isso é a infraestrutura básica, e todos esses serviços compõem o saneamento. O ser humano é produtor de resíduos, bebemos água e geramos urina, por exemplo. A água que consumimos vem do rio, é tratada e chega até nós com um nível certo de potabilidade. Ao utilizarmos essa água, geramos um resíduo líquido. Então, toda essa água que descartamos, da cozinha, do banho, é esgoto. O saneamento, portanto, é essa ciência que trabalha a proteção do ser humano e do meio ambiente onde ele está inserido. Porque quanto mais se joga resíduo no meio ambiente, mais ele irá gerar doença no ser humano, é um ciclo vicioso", explica.
A professora observa que a preocupação do ser humano com esse cuidado é bastante antiga. "Na pré-história, só o fato de existirem poços para proteger a água já era uma medida de saneamento, só que as pessoas não definiam assim. Nos povos da América, no Peru, por exemplo, havia esquemas de captação de água de chuva, formas diferentes de lidar com os resíduos. Na Roma antiga, havia aquedutos, que é uma forma de conduzir a água. Então, o saneamento existia muito antes da sociedade que conhecemos existir", diz.
A professora ressalta que a população que não tem saneamento é adoecida. Ela destaca que, no Brasil, de 20% a 30% das habitações constituem assentamentos urbanos precários, situação acompanhada de problemas de saneamento. "Há problema de cólera, de hepatite. Mesmo que o esgotamento seja composto de 20% de matéria sólida e 80% de matéria líquida, esses 20% servem de matéria para bactérias e vírus se alimentarem. Há várias doenças de veiculação hídrica gravíssimas, cujo tempo de latência é de dez a 15 dias, de modo que só se perceberá o adoecimento depois. A diarreia que adquirimos muitas vezes não tem a ver com a alimentação, como geralmente se associa, mas é causada justamente por bactérias de água contaminada. Se você lava a fruta com água contaminada, está ingerindo esta contaminação", alerta.
O Atlas mostra que a média brasileira de internações por doenças relacionadas a problemas de saneamento diminuiu entre 1993 e 2008, passando de cerca de 750 a cada 100 mil habitantes para cerca de 300. Entretanto, só em 2008, nos estados do Pará e Piauí, ocorreram de 900 a 1200 internações para cada 100 mil habitantes - os piores estados brasileiros nesse aspecto, seguidos pelo Maranhão, Rondônia e Paraíba, com índices de internação entre 600 e 900 para cada 100 mil habitantes. Embora o quadro geral brasileiro aponte uma queda no percentual de internações por diarréia, o mapa das mortes por essa doença em 2009, também de acordo com o Atlas, mostra regiões críticas nos estados do Pará, Bahia, Piauí, Maranhão, nas fronteiras entre Paraíba e Rio Grande do Norte, e Goiás e Mato Grosso. A ocorrência de dengue é outro grave problema contido no Atlas. Dessa vez, estados da região sudeste também aparecem entre aqueles com maior incidência da doença. O maior número de casos se concentra, em ordem decrescente, nos estados de Sergipe, Rio de Janeiro, Roraima, Rio Grande do Norte, Tocantins, Espírito Santo e Goiás. Os estados com menores índices concentram-se no sul do país, como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. São Paulo também está os três estados com mais baixa incidência.
Por que não há saneamento?
O Atlas analisa quatro serviços constitutivos do saneamento básico, a rede geral de distribuição de água, a rede coletora de esgoto, manejo de resíduos sólidos e o manejo de águas pluviais. Em relação à distribuição de água, os dados mostram que é na região norte que a população recebe mais água sem tratamento - mais de 25% da água destinada para consumo humano nessa região não é tratada. O abastecimento de água cobre quase a totalidade do país, 99,4%. "Embora seja evidenciado um movimento no sentido da universalização do serviço de distribuição de água por redes de abastecimento, deve-se, contudo, ter em conta que o avanço demonstrado pelos números não significa o pleno atendimento do serviço à totalidade das populações residentes nos municípios. A pesquisa considera como servido todo município que apresenta ao menos um único distrito, total ou parcialmente contemplado com rede de abastecimento de água, independentemente da eficiência do serviço prestado e do número de ligações domiciliares à mesma", pondera o documento do IBGE. Segundo o estudo, existem 33 municípios brasileiros sem abastecimento total de água, entretanto, há outros 793, grande parte deles na região nordeste, nos quais o abastecimento é feito de maneira alternativa, por meio de cisternas ou outros mecanismos.
A coleta de resíduos sólidos, de acordo com o Atlas, também melhorou, embora a destinação desses materiais permaneça um desafio. Mais de 50% dos municípios brasileiros ainda recorrem a lixões para descartarem o lixo, apesar de a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que vigora desde 2010, preveja que até 2014 todos os lixões do país precisam ser fechados. Os serviços de manejo de águas fluviais também são mais estruturados nas regiões sul e sudeste. Neste aspecto, os municípios menores têm mais deficiências nesse tipo de serviço.
Os dados do Atlas confirmam que a maior deficiência do país está mesmo no esgotamento sanitário. O chefe do Departamento de Saúde Ambiental (Desa) da Ensp/Fiocruz, Paulo Barrocas, analisa por que há pouco investimento nesse tipo de serviço. "A rede de esgoto está enterrada, então, não é uma obra que todo mundo vê, está debaixo do solo. Outra questão é que ainda existe um pouco essa mentalidade de que a solução para a poluição é a diluição, então, eu posso jogar a minha poluição num corpo d'água receptor, aquilo será diluído e irá se resolver o problema simplesmente diluindo. Só que já está claro, com todas as alterações que nós temos nos corpos d'água receptores, que há uma grande contaminação, e não apenas em megametrópoles, mas também em cidades de médio e pequeno porte", explica.
A professora Simone critica o corporativismo que impede que soluções baratas sejam adotadas para resolverem os problemas de saneamento da população. "Há um corporativismo do cimento, do tubo PVC. Em países mais pobres se faz inclusive tubulação de rede esgoto de bambu, basta ter um bom preparo, mas não há interesse em fazer essa tecnologia de baixo custo", pontua. Para a pesquisadora, isso gera as grandes desigualdades reveladas no Atlas. "No Nordeste, há água a cem ou 200 metros abaixo da terra, basta escavar e fazer açudes, mas há um conflito de interesses que impede que isso seja feito. Dá para ter saneamento a baixo custo, mas outras coisas têm mais visibilidade política. O abastecimento de água ainda aparece mais, porque dá para fazer uma torre, por exemplo, mas o esgoto fica escondido, então não gera votos. Esse Atlas reflete a falta de políticas sociais", analisa.
Estações de tratamento não estão preparadas para retirarem novos resíduos
Paulo Barrocas alerta para um grave problema a ser enfrentado nas próximas décadas: o da qualidade da água. "Não é que a água irá desaparecer, mas se a qualidade dos nossos cursos d'água ficar muito ruim. Primeiro será muito caro tratar essa água porque ela estará muito contaminada, exigirá uma série de tratamentos mais caros.Segundo, pode chegar a um ponto que se torne inviável consumi-la", complementa. Ele diz que há hoje a contaminação da água por novos compostos, cientificamente chamados de xenobióticos, ou seja, substâncias sintéticas, que não são encontradas na natureza, mas produzidas em laboratório. O pesquisador explica que a grande dificuldade é que as estações de tratamento não estão preparadas para despoluírem a água e o esgoto desses tipos de substâncias.
"São contaminantes sobre os quais não se conhecia muito. O que se espera tradicionalmente de uma estação de tratamento doméstico é que ela tire matéria orgânica, carbono, nitrogênio, fósforo. Na estação de tratamento de efluentes industriais, isso vai depender do processo industrial. Por exemplo, se é um processo de uma indústria metalúrgica, que trabalhe com metais, será necessário algum processo químico de remoção dos metais, e esses são processos específicos. As estações convencionais de tratamento de água não foram pensadas para tirar, por exemplo, os hormônios - que são exemplos de xenobióticos -, que cada vez mais são lançados ", detalha.
O professor diz que se não houver procedimentos específicos para removê-los, esses materiais permanecem na água. "Esses produtos decorrem de uma série de atividades industriais, principalmente da petroquímica. São principalmente compostos orgânicos, como o bisfenol, que está no produto das mamadeiras. Os agrotóxicos também entram aí. Esses aditivos químicos que utilizamos muito nos alimentos industrializados para terem um aroma, um gosto e uma cor, também. E muitos desses aditivos podem desencadear alergias, principalmente em crianças que têm um sistema imunológico que ainda está sendo desenvolvido. Uma série dessas substâncias sintéticas é lançada no ambiente sem que tenhamos uma certeza absoluta de todo o dano que elas podem causar", alerta. Para o pesquisador, a solução é evitar que esses produtos sejam lançados no meio ambiente, pensando em modificações nos modelos de produção e consumo.
Problemas de saneamento e problemas sociais
Paulo Barrocas destaca que as regiões com os piores índices de saneamento são também aquelas nas quais outros direitos fundamentais são precários. Ele comenta sobre como as populações, dependendo do nível de renda e poder, são atingidas desigualmente pelas falhas de políticas públicas de saneamento. "Não se constrói aterro sanitário no Leblon [bairro da zona sul do Rio de Janeiro], se construirá em um local onde as pessoas não conseguem se mobilizar, porque ninguém quer ter um aterro perto de casa. A capacidade de mobilização e de influência dos diferentes grupos da sociedade está diretamente relacionada com o poder socioeconômico que elas têm.Eentão, às pessoas que tem menos poder, será imposto um maior peso pelos desastres ambientais", compara.
O pesquisador destaca que, entretanto, as condições de saneamento podem afetar todas as pessoas, mesmo em regiões distantes, tanto no interior quanto nas capitais. "Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, captamos água para consumo do rio Guandu. Uma cidade pequenininha pode estar contaminando o rio lá em cima e depois, nós aqui da cidade grande, vamos captar a água para beber. Às vezes a causa de um problema está em um lugar específico, mas as consequências do problema são deslocadas no tempo e no espaço. É difícil caracterizar as consequências de uma contaminação, porque às vezes aquilo irá acontecer 20 anos depois, ou dez quilômetros abaixo. Não tem como fazer uma fronteira e dizer: ‘olha, o vento não pode passar daqui para lá'. Os problemas ambientais, pela sua própria natureza, não respeitam limites políticos, geográficos, por isso necessitam sempre de uma ação conjunta", destaca.
O Atlas mostrou que as condições de saneamento melhoraram mais nas grandes capitais do que no interior. Para a professora Simone Cynamon, a questão do saneamento deve ser pensada a partir de bacias hidrográficas. "O nosso território é amplamente hídrico, então, essa questão de responsabilidades não pode ser dividida exatamente entre estados, municípios e federação. Como o saneamento não pode ser localizado, ele deve ser pensado na bacia hidrográfica como um todo", opina. O Altas também apresenta um estudo relacionando o saneamento às bacias hidrográficas. Em um dos mapas aparecem os locais onde há mais ameaça de poluição aos recursos hídricos, principalmente com o lançamento de esgoto. Há muitas ameaças detectadas em todo o território brasileiro, mas as regiões com maiores problemas são as litorâneas, com destaque para o Nordeste e o Sudeste.
Legislação
Apenas recentemente o Brasil elaborou duas legislações para abordar o problema dos resíduos sólidos e do saneamento como um todo. A Lei nº 11.445/2007 , regulamentada pelo Decreto nº 7.217/2010 estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico no País. Já a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi instituída pela lei 12.305/2010 . "É preciso que todos os entes federados participem para que essas políticas sejam implementadas. Na questão dos resíduos sólidos, a sociedade também é um dos atores que estão previstos naquela política. Então, sem a política não se tem nada, mas é preciso tirar essa letra do papel e aí depende da mobilização da sociedade e do interesse dos governantes", avalia Paulo Barrocas.
A Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA), ligada ao Ministério das Cidades, está elaborando um Plano Nacional de Saneamento Básico (PlanSab) , conforme determina a lei 11.445. De acordo com a página eletrônica da Secretaria, o plano "será um instrumento fundamental para a retomada da capacidade orientadora do Estado na condução da política pública de saneamento básico e, consequentemente, da definição das metas e estratégias de governo para o setor no horizonte dos próximos vinte anos, com vistas à universalização do acesso aos serviços de saneamento básico como um direito social, contemplando os componentes de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas". A SNSA foi procurada pela reportagem para comentar os dados divulgados no Atlas do Saneamento 2011, mas respondeu, por meio da assessoria de imprensa, que ainda não havia concluído a análise dos resultados e que se pronunciará posteriormente. "Apesar de o saneamento como política pública remontar à década de 1930, quiçá ao século XIX, a dívida social com grande parte da população persiste enquanto um fato permanente na sociedade brasileira, constituindo um desafio a ser transposto em curto e médio prazos pelo Estado e pela sociedade em geral", conclui o Atlas de Saneamento 2011.

28/10/2011

Casca de banana pode despoluir a água




Só na Grande São Paulo, quase quatro toneladas de cascas de banana são desperdiçadas, semanalmente, nos restaurantes. Foi esse dado, divulgado em uma reportagem sobre desperdício de alimentos, que estimulou a doutoranda em química Milena Boniolo a pesquisar uma utilidade para as cascas de banana. E ela encontrou: despoluir a água contaminada por metais pesados.
O processo é simples e funciona graças a um dos princípios básicos da química: o dos opostos que se atraem. Na casca da banana, existe uma grande quantidade de moléculas carregadas negativamente, enquanto os metais pesados são positivamente carregados. Logo, quando colocada na água, a casca da banana atrai para si os metais.
Para que dê conta do recado, no entanto, ela precisa ter suas propriedades potencializadas. Milena Boniolo também descobriu uma fórmula” bem simples para isso: em uma assadeira, as cascas devem ficar expostas ao sol por cerca de uma semana. Em seguida, elas são trituradas e peneiradas. No fim, é essa “farofa de casca de banana” que será jogada na água para despoluir o recurso.
Segundo a pesquisadora, 5 mg do pó de banana são suficientes para despoluir 100 ml de água. Mas, para alcançar altos níveis de limpeza, é preciso repetir o processo mais de uma vez. Isso porque, em testes de laboratório, a casca de banana conseguiu “chupar”, de primeira, cerca de 65% dos metais pesados que estavam na água.
Agora, Milena Boniolo procura patrocínio para aplicar essa técnica em grande escala. Já que casca de banana é o que não falta…   

Foto de Fabio Castelo

Coco pode ser usado para despoluir a água – Planeta Sustentável



Um dos maiores inimigos ambientais das praias e parques do Brasil, o coco está prestes a se tornar um importante aliado no processo de despoluição da água. Isso porque, atentos à quantidade de cascas de coco – de difícil reciclagem! – deixadas pelos brasileiros nas areias e gramados do país, especialistas da Ufes – Universidade Federal do Espírito Santo decidiram pesquisar uma utilidade para o resíduo. E encontraram: despoluir a água.
De acordo com o estudo, coordenado pelo professor Joselito Nardy Ribeiro, o mesocarpo do coco – aquela região mais carnuda do fruto, que muitas pessoas não consomem, após tomar a água do coco – é capaz de remover da água quantidades significativas de poluentes comofármacos, pesticidas, corantes e, até, metais. E ele não é o único: o bagaço da cana, outro resíduo muito comum no país, também possui fibras capazes de exercer essa função.
Com apoio da Fapes – Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo, os pesquisadores já estão recolhendo os resíduos das praias do Estado capixaba para levá-los para laboratório, onde passam por processo de descontaminação e são triturados para atuarem como filtros, nasestações de tratamento de água.
A técnica ainda está em desenvolvimento, mas, de acordo com os pesquisadores, é bastante promissora e, inclusive, mais barata do que o atual material – o carvão ativado – utilizado no processo de filtragem da água nas estações de tratamento. Já pensou se a técnica se popularizar em todo o Brasil?
Imagem: Diego Torres Silvestre
Fonte: http://super.abril.com.br/blogs/planeta/coco-pode-ser-usado-para-despoluir-a-agua/

Coco pode ser usado para despoluir a água – Planeta Sustentável

21/10/2011

IBGE: saneamento básico melhora em todo o Brasil


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta quarta-feira o Atlas de Saneamento 2011. O estudo revela que entre 2000 e 2008 houve aumento no número de municípios cobertos pelo saneamento básico em todas as regiões do país. Durante esse período, os serviços de manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais, seguido do serviço de abastecimento de água atingiram cobertura superior a 94% dos municípios brasileiros.
Apesar disso, as diferenças regionais persistem e o maior desafio do país é em relação a redes coletoras de esgoto. O percentual de municípios brasileiros que faziam coleta seletiva passou de 8,2%, em 2000, para 17,9%, em 2008. 
As regiões Sul e Sudeste concentravam um percentual acima de 40%, enquanto nas demais regiões esse valor não chegava a 10%.
publicação mostra, ainda, que as melhorias no serviço de esgotamento sanitário ocorreram principalmente em áreas onde houve aumento da população entre os censos demográficos de 2000 e de 2010.

País recolhe 60% do esgoto que produz, mas trata apenas 20%


O Brasil é um país que avança, mas ainda vem apresentando lentidão nas melhorias dos seus indicadores sociais, principalmente na área de saneamento e de aproveitamento de recursos hídricos. Essa é a conclusão de um estudo encomendado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia. A pesquisa apurou que a rede de distribuição de água canalizada já atinge 82% da população brasileira – índice que chega a mais de 90% na Região Sudeste. Constata ainda que os índices de coleta de esgoto melhoraram bastante nos últimos anos, atingindo hoje mais de 60% da população, embora apenas 20% do que é recolhido seja tratado adequadamente.
O estudo, com mais de 3 mil páginas, foi desenvolvido pelo Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig) e pela Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Dele resultou a edição do Atlas Soci-Água 2011, que será lançadohoje (20). A publicação é uma versão atualizada do banco de dados sobre saneamento e saúde, irrigação para a produção de alimentos e a produção de energia em usinas hidrelétricas no país.
Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador do estudo, o professor da UFRJ Marcos Freitas, destaca o fato de que, apesar dos avanços, o país tem como melhorar o aproveitamento dos recursos atualmente direcionados à resolução de problemas referentes à água. "Há a necessidade de um melhor aproveitamento e utilização da água da chuva, de estimulo à reciclagem da água, a um melhor tratamento do esgoto. A utilização dos lagos formados pelas grandes barragens que podem, por exemplo, ser aproveitados como áreas de lazer, de desenvolvimento da apicultura”.
Ao falar dos lagos formados pelas grandes hidrelétricas construídas no país, por exemplo, o professor defendeu a necessidade de se identificar os gargalos tecnológicos, decorrentes dessas grandes obras. “As hidrelétricas acabam se tornando desertos demográficos. Você tem uma movimentação populacional muito grande durante a fase de construção das usinas, mas quando elas começam a funcionar o número de pessoas trabalhando nelas é muito pouco”.
Para ele, é necessário haver uma melhor reutilização dos lagos para uso múltiplo das águas. “A criação do que eu chamo de grandes desertos demográficos se dá pela absoluta falta de condições técnicas ou estruturais da população para aproveitar os lagos para o desenvolvimento do lazer ou mesmo da pesca e da navegação. É por isso que defendo a criação de escolas técnicas federais e estaduais nas proximidades dos lagos das hidroelétricas: seria muito proveitoso na melhoria da capacitação das populações e viabilizaria a criação de polos de desenvolvimento vinculados às hidroelétricas”.
O atlas reúne um extenso levantamento sobre o aproveitamento hídrico no país e das necessidades de se buscar soluções diferenciadas para as populações das periferias e das zonas rurais. A publicação mostra, por exemplo, que existem atualmente cerca de quatro milhões de áreas irrigadas no Brasil, menos de 3% da área plantada no país, o que “é baixo em relação à média mundial de 20%”.
A primeira edição do atlas foi lançada em 2009 como resultado de um trabalho de três anos de pesquisa, que cruzou dados a respeito dos temas abordados com informações sobre educação, trabalho e rendimento, domicílios, famílias e outros aspectos demográficos.

09/10/2011

Cidades da calha do São Francisco estarão todas saneadas até 2014, diz ministro


O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, afirmou hoje (03), em Belo Horizonte (MG), que “o compromisso da presidenta Dilma Rousseff é até 2014 não restar nenhum município da calha do São Francisco, desde a Serra da Canastra (nascente) até a foz, que não esteja 100% saneado”.
Ele fez a declaração no Palácio Tiradentes, na capital mineira, durante pronunciamento na cerimônia de assinatura de termo de autorização para o lançamento de editais de licitação para o início das obras de esgotamento sanitário em 18 municípios do Estado, beneficiando diretamente 187 mil pessoas.
Uma parceria entre o Ministério da Integração Nacional e o governo de Minas Gerais beneficiará diretamente 187 mil pessoas em 18 municípios do Estado com obras de esgotamento sanitário que terão um custo total de R$ 136,63 milhões, sendo 90% de recursos federais (R$ 122,96 milhões), aportados por meio da Codevasf. O dinheiro será repassado à Companhia Estadual de Saneamento (Copasa), responsável pela implantação dos sistemas de esgoto.
De acordo com o termo de cooperação estabelecido anteriormente os recursos serão aplicados nos municípios de Espinosa (R$ 30 milhões); Francisco Dumont (R4 4 milhões); Juvenília (R$ 5 milhões); Lontra (R$ 6,5 milhões); Paineiras (R$ 1,5 milhões); Pedras de Maria da Cruz (R$ 3 milhões);São Gonçalo do Abaeté (R$ 4 milhões); São João da Ponte (R$ 7 milhões); Verdelândia (R$ 3,5 milhões); Itacarambi (R$ 4 milhões); Manga (R$ 9 milhões); Pompeu (R$ 15,23 milhões); Presidente Juscelino (R$ 1,8 milhões); Prudente de Morais (R$ 4,5 milhões); Taquaruçú de Minas (R$ 2,3 milhões); Varzelândia (R$ 6,3 milhões); Bambuí (R$ 13 milhões ); e Capitão Enéias (R$ 16 milhões).
Em outro termo de autorização também assinado hoje com o governo de minas o Ministério da Integração Nacional se compromete a repassar R$ 10,95 milhões para atos necessários a elaboração de termo de referência, planilhamento e editais de licitação, entre outras providências, para construção de módulos sanitários domiciliares e ligações para a rede coletora de esgoto em 10 municípios mineiros. Cada módulo terá vaso sanitário, lavatório PVC, tanque de lavar roupa e chuveiro.
Serão beneficiados os municípios de Catuti, Engenheiro Navarro, Guarda-Mor, Jaíba, Lagoa dos Patos, Medeiros, Morada Nova de Minas, Quartel-Geral, Três Marias e Várzea de Palma.

30/09/2011

Alunos do PET apresentarão trabalho no XI Congresso Iberoamericano de Extensão Universitária


Alunos do "PET Conexões de Saberes: Saneamento Ambiental" apresentarão o trabalho "Diagnóstico Ambiental: Atividade do Programa de Educação Tutorial" no XI Congresso Iberoamericano de Extensão Universitária, denominado Integração extensão, docência e investigacão para a inclusão e coesão social, será realizado entre os dias 22 e 25 de novembro de 2011 em Santa Fé, Argentina. Os eixos temáticos do congresso são: 1) Ciência, tecnologia e Sociedade; 2) Incorporação da Extensão nos Currículos; 3) Extensão, docência e pesquisa.

Informações sobre IBEROEXTENSION: http://www.unl.edu.ar/iberoextension/

Trabalho:


Diagnóstico Ambiental: Atividade do Programa de Educação Tutorial PET, sobre uma perspectiva de saneamento básico em bairros de Juazeiro-BA, Brasil

Naedja Mayara de Souza Ferraz1, Glaucia Suêrda Gomes do Nascimento2 & Miriam Cleide Cavalcanti de Amorim3

1,2,3 Colegiado de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campus Juazeiro, Avenida Antônio Carlos Magalhães, 510 – Santo Antônio – Juazeiro – BA, CEP 48902 – 300

Estudos de diagnóstico ambiental são indispensáveis para caracterizar uma área, bem como para determinar a qualidade do ambiente. Ações de Saneamento Básico são de fundamental importância para o bem estar e melhoria de qualidade de vida da população. O governo brasileiro através do Ministério da Educação instituiu o Programa de Educação Tutorial PET, visando desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão. A Universidade Federal do Vale do São Francisco, através do PET Conexões de Saberes: Saneamento Ambiental se propõe a empoderar comunidades de Juazeiro-BA, Brasil, quanto à valorização e uso adequado dos serviços de saneamento, através da educação sanitária e ambiental, para a conscientização do valor social de tais serviços e sua importância para a saúde, meio ambiente e para a melhoria da qualidade de vida, reforçando a responsabilidade social e a cidadania dos envolvidos, através do diagnóstico e pesquisa de percepção. Sendo assim, o presente estudo teve como principal objetivo diagnosticar o perfil sanitário de quatro bairros do município, sendo eles, Angari, São Geraldo, Alto da Aliança e Pedra do Lorde através da aplicação de questionários em domicílios e espaços sociais. No total foram aplicados 597 questionários nos quatro bairros, destes concluiu-se que 66% apresentaram problemas relacionados à falta de água nos imóveis e 68% das casas visitadas têm vazamento de esgoto nas ruas, o que confirma a ausência de estrutura condizente com o padrão recomendado, apontando a necessidade de futuras ações voltadas à educação ambiental de forma a sensibilizar e despertar a comunidade de maneira individual e coletiva. O bairro Alto da Aliança apresentou um valor expressivo se comparado aos demais no que se refere ao vazamento de esgoto e a falta de água, sendo seus valores 83 e 87% respectivamente. Os dados coletados revelam ainda uma ineficiência na coleta de resíduos sólidos do bairro Angari devido à falta de acesso às ruas por dificuldade de locomoção dos carros de lixo. Portanto, a ausência de saneamento básico, sendo este abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem de águas pluviais e coleta de resíduos sólidos, resulta em condições precárias de saúde e moradia que aliada a fatores sócio-econômico-cultural torna o ambiente oportuno para o surgimento de vetores que veiculam doenças. A extensão como método participativo e de caráter continuado busca promover no contato direto com a população, a difusão dos conhecimentos através de ações extracurriculares como, palestras, oficinas e cursos que serão de grande valia para proporcionar aos moradores, técnicas simples de convivência harmônica da sociedade com o meio ambiente. O conhecimento neste caso é uma proposta de construção de uma comunidade sustentável.
Palavras-Chave: saneamento, diagnóstico, educação ambiental.

21/08/2011

Vejam: Bairros X Favelas

Bairros X Favelas




Kidé - Juazeiro: sobre bairros e favelas. Um estudo prévio para o documentário que o Instituto Pólen realizou em 2008

Você sabe o que é saneamento básico?

Se você não sabe, então você faz parte de 30% da população brasileira. Isso mesmo! Uma parcela enorme da população brasileira não sabe o que é isso, e como não sabe, não reclama melhorias.



Fonte: Canção Nova Notícias

18/08/2011

Visitas aos Bairros Jardim João Paulo II e Piranga

(18/06/2011) Alunos do "PET Conexões de Saberes: Saneamento Ambiental" visitaram os bairros: Jardim João Paulo II e Piranga.


* JOÃO PAULO II













* PIRANGA