28/10/2011

Casca de banana pode despoluir a água




Só na Grande São Paulo, quase quatro toneladas de cascas de banana são desperdiçadas, semanalmente, nos restaurantes. Foi esse dado, divulgado em uma reportagem sobre desperdício de alimentos, que estimulou a doutoranda em química Milena Boniolo a pesquisar uma utilidade para as cascas de banana. E ela encontrou: despoluir a água contaminada por metais pesados.
O processo é simples e funciona graças a um dos princípios básicos da química: o dos opostos que se atraem. Na casca da banana, existe uma grande quantidade de moléculas carregadas negativamente, enquanto os metais pesados são positivamente carregados. Logo, quando colocada na água, a casca da banana atrai para si os metais.
Para que dê conta do recado, no entanto, ela precisa ter suas propriedades potencializadas. Milena Boniolo também descobriu uma fórmula” bem simples para isso: em uma assadeira, as cascas devem ficar expostas ao sol por cerca de uma semana. Em seguida, elas são trituradas e peneiradas. No fim, é essa “farofa de casca de banana” que será jogada na água para despoluir o recurso.
Segundo a pesquisadora, 5 mg do pó de banana são suficientes para despoluir 100 ml de água. Mas, para alcançar altos níveis de limpeza, é preciso repetir o processo mais de uma vez. Isso porque, em testes de laboratório, a casca de banana conseguiu “chupar”, de primeira, cerca de 65% dos metais pesados que estavam na água.
Agora, Milena Boniolo procura patrocínio para aplicar essa técnica em grande escala. Já que casca de banana é o que não falta…   

Foto de Fabio Castelo

Coco pode ser usado para despoluir a água – Planeta Sustentável



Um dos maiores inimigos ambientais das praias e parques do Brasil, o coco está prestes a se tornar um importante aliado no processo de despoluição da água. Isso porque, atentos à quantidade de cascas de coco – de difícil reciclagem! – deixadas pelos brasileiros nas areias e gramados do país, especialistas da Ufes – Universidade Federal do Espírito Santo decidiram pesquisar uma utilidade para o resíduo. E encontraram: despoluir a água.
De acordo com o estudo, coordenado pelo professor Joselito Nardy Ribeiro, o mesocarpo do coco – aquela região mais carnuda do fruto, que muitas pessoas não consomem, após tomar a água do coco – é capaz de remover da água quantidades significativas de poluentes comofármacos, pesticidas, corantes e, até, metais. E ele não é o único: o bagaço da cana, outro resíduo muito comum no país, também possui fibras capazes de exercer essa função.
Com apoio da Fapes – Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo, os pesquisadores já estão recolhendo os resíduos das praias do Estado capixaba para levá-los para laboratório, onde passam por processo de descontaminação e são triturados para atuarem como filtros, nasestações de tratamento de água.
A técnica ainda está em desenvolvimento, mas, de acordo com os pesquisadores, é bastante promissora e, inclusive, mais barata do que o atual material – o carvão ativado – utilizado no processo de filtragem da água nas estações de tratamento. Já pensou se a técnica se popularizar em todo o Brasil?
Imagem: Diego Torres Silvestre
Fonte: http://super.abril.com.br/blogs/planeta/coco-pode-ser-usado-para-despoluir-a-agua/

Coco pode ser usado para despoluir a água – Planeta Sustentável

21/10/2011

IBGE: saneamento básico melhora em todo o Brasil


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta quarta-feira o Atlas de Saneamento 2011. O estudo revela que entre 2000 e 2008 houve aumento no número de municípios cobertos pelo saneamento básico em todas as regiões do país. Durante esse período, os serviços de manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais, seguido do serviço de abastecimento de água atingiram cobertura superior a 94% dos municípios brasileiros.
Apesar disso, as diferenças regionais persistem e o maior desafio do país é em relação a redes coletoras de esgoto. O percentual de municípios brasileiros que faziam coleta seletiva passou de 8,2%, em 2000, para 17,9%, em 2008. 
As regiões Sul e Sudeste concentravam um percentual acima de 40%, enquanto nas demais regiões esse valor não chegava a 10%.
publicação mostra, ainda, que as melhorias no serviço de esgotamento sanitário ocorreram principalmente em áreas onde houve aumento da população entre os censos demográficos de 2000 e de 2010.

País recolhe 60% do esgoto que produz, mas trata apenas 20%


O Brasil é um país que avança, mas ainda vem apresentando lentidão nas melhorias dos seus indicadores sociais, principalmente na área de saneamento e de aproveitamento de recursos hídricos. Essa é a conclusão de um estudo encomendado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia. A pesquisa apurou que a rede de distribuição de água canalizada já atinge 82% da população brasileira – índice que chega a mais de 90% na Região Sudeste. Constata ainda que os índices de coleta de esgoto melhoraram bastante nos últimos anos, atingindo hoje mais de 60% da população, embora apenas 20% do que é recolhido seja tratado adequadamente.
O estudo, com mais de 3 mil páginas, foi desenvolvido pelo Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig) e pela Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Dele resultou a edição do Atlas Soci-Água 2011, que será lançadohoje (20). A publicação é uma versão atualizada do banco de dados sobre saneamento e saúde, irrigação para a produção de alimentos e a produção de energia em usinas hidrelétricas no país.
Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador do estudo, o professor da UFRJ Marcos Freitas, destaca o fato de que, apesar dos avanços, o país tem como melhorar o aproveitamento dos recursos atualmente direcionados à resolução de problemas referentes à água. "Há a necessidade de um melhor aproveitamento e utilização da água da chuva, de estimulo à reciclagem da água, a um melhor tratamento do esgoto. A utilização dos lagos formados pelas grandes barragens que podem, por exemplo, ser aproveitados como áreas de lazer, de desenvolvimento da apicultura”.
Ao falar dos lagos formados pelas grandes hidrelétricas construídas no país, por exemplo, o professor defendeu a necessidade de se identificar os gargalos tecnológicos, decorrentes dessas grandes obras. “As hidrelétricas acabam se tornando desertos demográficos. Você tem uma movimentação populacional muito grande durante a fase de construção das usinas, mas quando elas começam a funcionar o número de pessoas trabalhando nelas é muito pouco”.
Para ele, é necessário haver uma melhor reutilização dos lagos para uso múltiplo das águas. “A criação do que eu chamo de grandes desertos demográficos se dá pela absoluta falta de condições técnicas ou estruturais da população para aproveitar os lagos para o desenvolvimento do lazer ou mesmo da pesca e da navegação. É por isso que defendo a criação de escolas técnicas federais e estaduais nas proximidades dos lagos das hidroelétricas: seria muito proveitoso na melhoria da capacitação das populações e viabilizaria a criação de polos de desenvolvimento vinculados às hidroelétricas”.
O atlas reúne um extenso levantamento sobre o aproveitamento hídrico no país e das necessidades de se buscar soluções diferenciadas para as populações das periferias e das zonas rurais. A publicação mostra, por exemplo, que existem atualmente cerca de quatro milhões de áreas irrigadas no Brasil, menos de 3% da área plantada no país, o que “é baixo em relação à média mundial de 20%”.
A primeira edição do atlas foi lançada em 2009 como resultado de um trabalho de três anos de pesquisa, que cruzou dados a respeito dos temas abordados com informações sobre educação, trabalho e rendimento, domicílios, famílias e outros aspectos demográficos.

09/10/2011

Cidades da calha do São Francisco estarão todas saneadas até 2014, diz ministro


O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, afirmou hoje (03), em Belo Horizonte (MG), que “o compromisso da presidenta Dilma Rousseff é até 2014 não restar nenhum município da calha do São Francisco, desde a Serra da Canastra (nascente) até a foz, que não esteja 100% saneado”.
Ele fez a declaração no Palácio Tiradentes, na capital mineira, durante pronunciamento na cerimônia de assinatura de termo de autorização para o lançamento de editais de licitação para o início das obras de esgotamento sanitário em 18 municípios do Estado, beneficiando diretamente 187 mil pessoas.
Uma parceria entre o Ministério da Integração Nacional e o governo de Minas Gerais beneficiará diretamente 187 mil pessoas em 18 municípios do Estado com obras de esgotamento sanitário que terão um custo total de R$ 136,63 milhões, sendo 90% de recursos federais (R$ 122,96 milhões), aportados por meio da Codevasf. O dinheiro será repassado à Companhia Estadual de Saneamento (Copasa), responsável pela implantação dos sistemas de esgoto.
De acordo com o termo de cooperação estabelecido anteriormente os recursos serão aplicados nos municípios de Espinosa (R$ 30 milhões); Francisco Dumont (R4 4 milhões); Juvenília (R$ 5 milhões); Lontra (R$ 6,5 milhões); Paineiras (R$ 1,5 milhões); Pedras de Maria da Cruz (R$ 3 milhões);São Gonçalo do Abaeté (R$ 4 milhões); São João da Ponte (R$ 7 milhões); Verdelândia (R$ 3,5 milhões); Itacarambi (R$ 4 milhões); Manga (R$ 9 milhões); Pompeu (R$ 15,23 milhões); Presidente Juscelino (R$ 1,8 milhões); Prudente de Morais (R$ 4,5 milhões); Taquaruçú de Minas (R$ 2,3 milhões); Varzelândia (R$ 6,3 milhões); Bambuí (R$ 13 milhões ); e Capitão Enéias (R$ 16 milhões).
Em outro termo de autorização também assinado hoje com o governo de minas o Ministério da Integração Nacional se compromete a repassar R$ 10,95 milhões para atos necessários a elaboração de termo de referência, planilhamento e editais de licitação, entre outras providências, para construção de módulos sanitários domiciliares e ligações para a rede coletora de esgoto em 10 municípios mineiros. Cada módulo terá vaso sanitário, lavatório PVC, tanque de lavar roupa e chuveiro.
Serão beneficiados os municípios de Catuti, Engenheiro Navarro, Guarda-Mor, Jaíba, Lagoa dos Patos, Medeiros, Morada Nova de Minas, Quartel-Geral, Três Marias e Várzea de Palma.